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“Acabou a paciência”: Chico Mendes critica Comitê Gestor e propõe soluções para crise hídrica

O deputado estadual Chico Mendes concedeu uma entrevista  na qual abordou a grave crise hídrica que afeta o Açude Engenheiro Ávidos, em Boqueirão, no semiárido da Paraíba. Durante a entrevista, Chico criticou duramente o Comitê Gestor das Águas de Boqueirão e apresentou alternativas para evitar o colapso do manancial.

Paciência esgotada: críticas ao Comitê Gestor

Chico Mendes afirmou que sua paciência com o Comitê Gestor chegou ao limite. Segundo ele, já foram realizadas três viagens a Brasília, com audiências com ministros, incluindo Bruno Cravo, diretor nacional de recursos hídricos, e representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), sem que houvesse soluções efetivas.

“Todas essas autoridades estão cientes dessa problemática. E por onde a gente passa, a gente sabe agora que quem fez todo esse manejo foi o comitê gestor das águas de Boqueirão”, disse Mendes.

O deputado criticou a forma como a água é distribuída, apontando que a irrigação por inundação desperdiça recursos preciosos no semiárido: “Acaba, joga lá, milhões de metros espalhado, a terra absorve, o sol evapora, aí seca, aí só é jogar novamente”.

Ação contra práticas irregulares

Mendes anunciou que medidas mais severas serão tomadas caso a situação não seja revertida. Segundo ele, o Comitê não respeita a população local nem os pequenos agricultores, e a água está sendo retirada de maneira inadequada.

“Não há mais condições de essa regulamentação ser feita por esse tipo de órgão. Vamos entrar com ação civil pública. Não vamos aceitar mais que tirem água do Boqueirão”, afirmou.

O deputado também denunciou práticas irregulares recentes: “Furaram do lado! Arrombaram uma paredinha de barro que tinha… isso é absurdo! Para que aquele sumidor que tem uma emergência? E a água tá saindo por lá agora.”

Propostas para enfrentar a crise

Chico Mendes apresentou duas soluções principais discutidas com autoridades federais e estaduais. A primeira envolve negociar com o Rio Grande do Norte para captar entre 0,3% e 0,4% de água do estado vizinho.

A segunda proposta, mais defendida pelo ministro, seria liberar de 50 a 70 milhões de metros cúbicos da Barragem de Boa Vista e, em seguida, realizar a transposição para repor o volume. Mendes destacou ainda a necessidade de mudar a gestão das águas, permitindo maior participação de ribeirinhos e pescadores, até então ignorados.

“Mudar a própria forma da gestão dessas águas, porque a ANA ficou engessada, e os conselhos precisam ouvir aqueles que vivem da água, como os pescadores de Cajazeiras”, explicou.

Acompanhamento do governo e perspectivas

Apesar das críticas ao Comitê, Mendes agradeceu o empenho do governo estadual: “Quero agradecer a atenção que o governador deu. Eles estão interagindo com o Ministério para encontrar uma alternativa, com todos os órgãos de controle, para encontrar definitivamente a solução mais plausível para esse imbróglio, que é a secagem e a sacanagem com o Engenheiro Avidos do Boqueirão.”

O deputado reforçou que a situação exige ações imediatas e coordenadas para evitar que a crise hídrica se agrave, afetando milhares de famílias e a agricultura familiar na região.

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